2017 é o ano do centenário da morte de Rodin (1840-1917) e uma série de comemorações estão sendo organizadas em todo mundo.
A exposição que o Grand Palais de Paris abre essa semana em homenagem ao artista, nos mostra que mesmo após 100 anos da sua morte Rodin continua muito vivo ao redor do mundo.
Rodin
Mais do que uma rica retrospectiva, a exposição o mostra como um grande influenciador há mais de um século.
Ao expor as suas obras num paralelo com a de diversos artistas, conseguimos perceber claramente a inspiração causada por Rodin expressas em obras de mestres como Giacometti, Picasso indo até os mais contemporâneos como Thomas Housseago, Georg Baselitz e muitos outros. É fascinante.
Naturalista, impressionista, expressionista, simbolista, moderno, mestre, gênio. É infinita. a multiplicidade de categorias para as quais Rodin já foi designado desde a sua chegada ao público em 1877. Sua obra é tão multifacetada, como sua forma de expressão e ao observar a sua história vamos descobrindo novas abordagens o tempo todo. Seja na forma, seja na técnica.
Foi precursor de muitas ideias como por exemplo a colagem (depois bastante usada por Matisse) e as figuras cortadas (muito utilizadas por Picasso). Ele fez uso do desenho antes dos expressionistas alemães e também foi precursor no uso da fotografia. Tudo isso pode ser visto nessa mostra grandiosa.
Conhecido mundialmente e presente em todos os grandes museus, Rodin influencia artistas de todas as nacionalidades.
Abaixo, um exemplo de como a obra “Homme qui marche” de Rodin (1907) inspirou o suisso Alberto Giacometti (1960), o inglês Thomas Houseago(1995), o alemão Markus Lupertz (2011)
A evolução da carreira do escultor
A exposição foi montada conforme a evolução da própria carreira de Rodin. Sua obra, sua capacidade de invenção, sua influência e sua posterior aparição multifacetada.
São 3 grandes salas: Rodin expressionista, Rodin experimentador e os efeitos dessa onda depois de 1945. Todas as salas começam apresentando o universo criativo do artista para depois apresentar como se deu seu reconhecimento público e sua influência sobre diversos artistas.
As ideias, as esculturas, os torsos. Muito do que tanto inspira artistas de todo o mundo há tantos anos está exposto no Grand Palais. É bonito, é curioso, é interessante. É uma exposição impecável .
Acima a obra “L’enfant prodigue” de Rodin (1905), e o reflexo dela na obra de Georg Kolbe (1924) e na obra de Ossip Zadkine ( 1960).
A proposta de mostrar a influência de Rodin sobre o trabalho de outros artistas também está no Musée Rodin, que inaugurou esse mês uma mostra exclusiva de obras do alemão Kiefer inspiradas no grande mestre das esculturas. Embora bem enxuta, não deixa de ser interessante como complemento.
Camille Claudel
Agora, indo mais fundo na proposta do centenário: teria alguém influenciado esse artista que a tantos influencia há tantos anos?
Sim, muito. Sua grande paixão, amante e igualmente artista Camille Claudel.
Camille Claudel teve uma vida paralela com Rodin que era casado e nunca se separou para assumí-la, embora tenha sido ela a sua grande fonte de inspiração artística. É justamente por isso que, nesse centenário, está sendo aberto na cidade onde morava a família de Camille, Nogent-sur-Seine, a 1 hora de Paris, o primeiro museu totalmente dedicado a ela que, assim como Rodin, foi uma figura emblemática da escultura moderna. O museu abre agora dia 26/03 e promete ser um passeio encantador.
Pra quem gosta de esculturas, a comemoração desse centenário está imperdível. Cheque a programação completa em todo o mundo: http://rodin100.org
Informações Práticas
Rodin 100 ans
Grand Palais
até 31 julho 2017
Rodin e Kiefer
Musée Rodin
até 22 outubro 2017
Musée Camille Claudel
www.museecamilleclaudel.fr
Nogent-Sur-Seine
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