O vinho Beaujolais
Uma pequena região vinícola da França, mas dotada de grandes encantos. Dez deles, em especial. Estamos falando do vinho Beaujolais, seus vinhedos ocupam cerca de 55 km, ao norte de Lyon e ao sul de Macôn, conhecida pelo clima suave, pelas belíssimas colinas repletas de uvas Gamay e, principalmente, pelos seus saborosos vinhos.
Pois quem é que nunca ouviu falar em Beaujolais Nouveau?
Um dos vinhos mais populares do mundo, um vinho “primeur”, que chega ao mercado, na segunda quinzena de novembro. Estes vinhos tiveram a honra de herdar o nome de sua antiga capital histórica : Beaujeu (atualmente Villefranche-sur-Saône), em uma tradição vinícola que se estenderia por outros tantos marcos apaixonantes. No Beaujolais, a Gamay, é a única cepa, de pele fina e poucos taninos, produz vinhos refinados e leves. A Gamay, também, é responsável por originar vinhos de aromas que lembram cerejas negras, amoras, pêssegos, com notas florais de violeta e rosas.
Tipos de vinhos do Beaujolais
No total, são 4 tipos de vinhos que podemos encontrar na região :
O Beaujolais Nouveau, apreciado pelo toque leve e refrescante, O Beaujolais, que pode vir de vinhedos de toda a região, com menos controle e regras que os demais. Geralmente vinhos de mesa e mais simples. O Beaujolais Village – de cor intensa, aromas florais e frutados; e também àqueles que realmente fazem jus ao título de melhores vinhos locais: os crus do Beaujolais.
Ao todo, existem 10 crus – vinhedos de qualidades singulares – no Beaujolais. Todos eles, por serem extremamente trabalhados e verdadeiros tesouros da região, chamam a atenção de profissionais e amadores de bons vinhos.
Conheça os 10 crus do Beaujolais
Produzidos ao norte da região, cada um dos 10 crus, com sua personalidade, mostra que é capaz de surpreender quem visita a região. Para começar, há os mais leves e perfumados, que incluem o Côte de Brouilly, o generoso Chénas, o equilibrado e mais jovem Régnié, o preferido dos namorados, Saint-Amour, e também o Brouilly, frequentemente encontrado nos bistrôs de Paris. Desses, o Chénas é o menor e mais raro dos crus. Elegante e com aromas complexos, seu vinho pode ficar na adega por mais de uma década.
Quando se trata de elegância, o Chiroubles é o que mais se destaca – redondo por natureza, com perfume particular e corpo leve. Quanto ao seu crus, está ligado à vinhedos de 400 metros. Assim como o Chiroubles, o brilhante Juliénas e o fino Fleurie possuem mais intensidade que os cinco primeiros.
E apesar de todos serem fascinantes de maneiras singulares, há ainda dois dos 10 crus que se diferenciam entre os demais. Trata-se do Morgon e do Moulin-à-Vent. O primeiro, mais poderoso e estruturado, expressa características de seu terroir de maneira única, com aromas de frutas de caroço maduras, como cereja, ameixa e pêssego. Quanto ao Moulin-à-Vent, é conhecido na França por ser o mais prestigiado cru do Beaujolais. Com uma combinação visual de cores densas, aromas de especiarias e frutas maduras, é um vinho que merece ser esquecido um pouco na cave, para ser apreciado em sua plenitude.
No Beaujolais, como em todas outras regiões vinícolas francesas, existem produtores que trabalham de diferentes maneiras, da mais tecnológica à mais tradicional. Por serem feitos a partir de Gamay, os vinhos do Beaujolais costumam ser lançados até dois anos após a colheita – algumas vezes, até imediatamente após sua produção – e também se desenvolvem bem por mais alguns anos (quando produzidos de forma tradicional).
Os 10 crus são grandes referências, quando falamos de vinhos de guarda e de uma qualidade superior, nesta região, servindo como acompanhamento desde uma refeição informal a uma mais elegante, chamando a atenção dos turistas mais exigentes com sua rota dos vinhos e provocando descobertas e muito prazer à todos os enófilos de plantão.
Se você é um deles, está na hora de planejar a sua viagem à região vinícola do Beaujolais, na França, conhecer cada um de seus 10 crus, e, claro, surpreender-se com a intensidade de sabor de um bom e sofisticado vinho tinto.
Uma curiosidade: Vocês sabiam que no Beaujolais existem excelentes vinhos rosés?
Um destaque especial para o Rosé Serenada, da Oedoria – Cave Cooperative de Lièrgues, produzido 100% com gamay, envelhecido 6 meses em barrica de carvalho, com aromas de frutas vermelhas e agrumes, é um exemplo do potencial dos rosés da região.
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